Agradeço por todos os discos de 78 rotações que já vieram dentro desse ser, pela voz absurdamente encorpada e pela escolha de uma banda fodástica. Que conseguiu transformar até mesmo um disco irregular, o “Introducing Joss Stone”, em uma festa de soul e R&B. Canções do novo álbum como “Girl You Won´t Believe It” e “Tell Me What We´re Gonna Do Now” ganharam roupagem totalmente setentista e deram cama para que o naipe de metais jogasse logo na quarta canção “Supper Dupper Love”. Se tornar-se pop é começar um show assim, Deus, que ela seja pop para o resto da vida. De cabelos pintados mesmo.
Joss cresceu, no sentido mais belo que isso pode ter. Aprendeu a dominar o palco, a seduzir a platéia, e ao mesmo tempo não perdeu aquele ar inocente com direito às famosas crises de riso. Aceitou oferendas como pulseiras, rosa branca, correntinhas, e em troca das ofertas concedeu um show que fez crescer alma até nos pilares do local – os mesmos que segregavam o público.
O bumbo ganhou ares abafados, o baixo aquietou-se, e a explosão de soul dos primeiros tempos deu lugar a alguns teclados (algumas vezes inoportunos, diga-se) e muito rhythm ‘n’ blues. E, acredite: quando aquela Iemanjá negra em forma de garota canta baixinho “Jet Lag”, apenas acompanhada de uma bateria mínima no melhor estilo R&B anos 50, pés descalços e olhos fechados, você vai ser obrigado a pedi-la em casamento. E dar o braço a torcer: Joss Stone faz música, e música boa. Nunca duvide disso.
Da fase soul o público ganhou hits como “Fell in Love With a Boy”, “Choking Kind”, “You Had Me” e, ao mesmo tempo, pôde se deliciar com as igualmente sincopadas “Put Your Hands on Me Baby” e “Baby Baby Baby”, do novo trabalho. A boa menina xinga “Damn it” por não falar português além dos básicos “oi” e “obrigado” mas, mesmo assim, fez questão de deixar sua liturgia poderosa.
“Acho que o que nos une aqui é a paixão pela música. Eu amo tanto a música, mais do que eu poderia amar uma pessoa. Ela nunca vai ter machucar, e ela sempre vai te amar, enquanto você amar a música também”. Amém. E dá-lhe “Music”, que no novo álbum tem a parceria de Lauryn Hill, mas que no show só sobram mesmo alguns trejeitos rappers nas mãos de Joss. A melodia cresce e o trio de backings da diva respaldam seu vozeirão. Como se não bastasse tudo isso, ao voltar para o bis, “Right to be Wrong”, emenda “No Woman no Cry”, uma de suas canções favoritas, e joga flores vermelhas para a platéia, como uma Afrodite em sua fase mais serena.
Pela Nossa Senhora de Aretha Franklin, Joss Stone. Puta que pariu!!!!
caralho, anita!!! vc descrevendo é tão lindo como COM CERTEZA foi esse show!>amém, fia, amém!!!!
Concordo com absolutamente tudo!
Eita! Lendo o que você escreveu, quase tive os mesmos arrepios que estava tendo durante o show!>Quero mais Joss!
Puta que pariu Ana!!!>Tu vai me fazer voltar a ouvir a negrinha branquela denovo com esse texto extremamente visceral e apaixonado!!
eu fiquei arrepiada soh de ler isso. Fia, eu dava o toba pra ir no show dela. Facil. >>que sorte. que sofisticacao ir no show da nega.>>bao, espero q esteja td bem ai coce!! em breve te mando mais noticias da jornada intrepida no meio do nada no pais-do-kiwi-e-da-falta-de-tecnologia.>>BJOOOOOOOOOOOOO
Não deveria ter lido isso!>Já tinha superado o fato de não ver a Joss ao vivo.