“O Bloco do Eu Sozinho” mal tinha saído, mas Thiago Roque já era o típico Hermano barbudo. Eu, uma estagiária aflita, contemplava o repórter-editor-faz tudo à minha frente que agonizava com um dente infeccionado e uma boca inchada. Na época, a gente trabalhava numa revista de culinária e tava checando pela milésima vez os padrões de revisão da revista. Bati o olho no primeiro doce que vi na frente e prometi, meio angustiada, que se o barbudo fosse ao dentista eu faria… hmm, bem, cocada.
O dente sarou, eu fui pra cozinha, e, olha, até que ficou bom o negócio, viu.
Eu mudei de núcleo, virei repórter da todateen, e o Thiago virou uma espécie de pessoa que a gente admira e acaba embarcando nas doideras junto. Começamos uma revolução nada silenciosa pra emplacar produtos de música na editora. A Bizz renascia e nossos genes roquenrou clamavam por espaço editorial. Ao lado do Ennio, o designer-Hendrix, ganhamos o singelo apelido de família Dó-Ré-Mi (a gente era MUITO insistente, sabe). Desse power trio surgiram várias revistas e a mais lindona delas foi o Almanque de bandas, de A a Z, que eu e o Thiago escrevemos, 50 páginas cada, na unha e à custa de muita madrugada.
Depois teve muita madrugada no jornal também, muito x-salada, tardes no presídio e em festival de banda na praça da cidade. Eu mudei de cidade, de praça, e aí teve a morte (de novo) da Bizz, da revista daMTV, e teve o Caetano ligando especialmente pro Thiago e eu de gandula em jogo de futebol do Iron Maiden.
Hoje o Thiago edita um naco de 4 jornais, tipo 30 mil exemplares igualmente na unha, e eu, bem, eu tou perdida por aí, nos bastidores desse teatro maluco que é a indústria cultural do Brasil.
Por que eu tou contando tudo isso pra vocês? É que o tal curso que a gente (eu e o Thiago) ia dar em Bauru, com os queridos da Casa Midiática, vai enfim sair do papel no próximo sábado, dia 8. E o que a gente deve contar por lá, além dessas e outras histórias, é que jornalismo – especialmente o cultural – às vezes é um momento de glória estilística e literária, mas às vezes é simplesmente… fazer cocada (da boa ou não).
estou explicando (ou tentando explicar) pras pessoas porque, segundos após ler o texto, estou chorando e rindo ao mesmo tempo. lazarenta, amo você. beijo.
ai gente que lindoooo!!!>juro que queria ir ver, viu?!!>parabens pra vcs, super irmaos!
Algum dia há de dar certo!
Muito legal… Mas, eu também quero cocada!